Estilo Saúde
Diversão sobre rodas
A prática ao ar livre é uma das características da patinação, um estímulo para jovens e adultos em Pelotas; a cidade tem até grupo formado para congregar os apreciadores
Jô Folha -
Se você pensa que o roller é uma atividade para poucos, erra no julgamento. Sim, a patinação não está mais restrita aos pequenos ou aos atletas. Pessoas com diferentes idades, condicionamento físico e profissões variadas têm descoberto que deslizar sobre rodinhas é uma grande diversão, desestressa e ajuda a socializar. A “brincadeira” ainda auxilia na manutenção de uma vida mais saudável.
Em Pelotas, um grupo de fãs dos patins deixou a vergonha de lado e resolveu se unir para andar junto pela cidade. Uma diversão entre amigos que, assim como o ciclismo, tem contagiado muita gente.
Há três anos o grupo Roller Pelotas vem cumprindo a função de agregar patinadores em torno do esporte. Formado inicialmente por dois vizinhos e amigos, Alessandra Ávila e Douglas Maciel, hoje congrega cerca de 40 pessoas e não para de crescer.
A professora Alessandra Ávila, 38, conta que andava de patins quando criança. Mas, como em Pelotas a atividade não é estimulada como um esporte, o treino era feito no pátio de casa mesmo. Por sua vez, o projetista Douglas Maciel, 31, revela história semelhante.
Há cerca de três anos Alessandra resolveu investir novamente na “brincadeira” de infância adquirindo um novo par de patins, destes com rodinhas em quatro pontas. No mesmo período, casualmente, Douglas Maciel e a namorada compraram rollers.
Juntos começaram a sair para patinar. Os locais preferidos eram a ciclofaixa e as largas calçadas próximas ao Foro, na avenida Ferreira Viana. Depois de entrosados com os equipamentos, passaram a pesquisar pela internet se havia um grupo de patinadores em Pelotas. “Não encontramos ninguém. Então o Douglas pensou em criar um”, conta Alessandra.
Surgiu então, no Facebook, o Roller Pelotas. Os encontros começaram a ocorrer nos finais de semana e o perfil nesta rede social ajudou a mobilizar outros patinadores. Desde o início o maior interesse foi dos adultos, contam. “Têm poucas crianças no grupo, umas cinco”, fala Douglas Maciel.
Para os organizadores o interessante nesta modalidade é este desprendimento em relação à idade. Atualmente o mais novo do grupo tem dez anos e o mais velho, 67. São pessoas de diferentes localidades e formações, mas que sentem na prática um grande prazer. “Quem entra dificilmente desiste. A tendência é comprar patins melhores e um para cada modalidade”, fala a professora.
A psicóloga Vivian Polidori, 31, conheceu o grupo de outra forma. Ela conta que patinava com uma amiga no calçadão da praia do Laranjal, quando foi convidada a conhecer o grupo. “Resolvi conhecer e estou adorando.” No grupo há pouco mais de um mês, a patinadora diz que agora sente-se segura para se divertir com os rollers.
Novatos e experientes
Democrático, o Roller Pelotas aceita desde iniciantes até quase profissionais. Quem não sabe andar, será integrado ao grupo da mesma forma e receberá ajuda para aprender o mais rápido possível.
Um dos mais experientes é o montador de móveis Anderson Barboza, 29. O jovem pratica a patinação há 15 anos e gosta dos movimentos mais “radicais”, como saltos, giros e pulos sobre obstáculos. Uma prática chamada Street.
Para esta prática ele utiliza um roller bem mais pesado, com rodinhas abaixo de 60 milímetros, base mais longa e reforçada por fora e por dentro e tem um vão um pouco maior entre as rodas do meio para trilhos e corrimãos. Os organizadores do grupo descrevem seis modalidades e outros tipos de patins adequados a diferentes atividades. “Tem para corrida, que as rodas são bem grandes. Há os patins com quatro rodas, duas de cada lado. Tem o de slalon, as duas do meio são maiores e as das pontas são menores”, lembrou Maciel.
Domingos e quartas-feiras
O grupo se reúne aos domingos pela manhã e nas quartas à noite, sempre na pista de skate da praça Dom Antônio Zattera. De lá, sai para patinar pela cidade. Mas, segundo Douglas Maciel, toda semana ocorre um passeio extra.
Para os passeios em grupo são tomadas várias precauções, além dos equipamentos normais de segurança, como capacete, joelheira e cotoveleiras. Nos encontros à noite, quando o trânsito é mais leve, os patinadores usam coletes reflexivos e sinalizadores, com um guia à frente e outro experiente patinador atrás do grupo, para não deixar ninguém dispersar. “Nunca deu nenhum acidente, mas sempre há os motoristas mais intolerantes”, lembra Alessandra.
Baixo impacto
Para quem deseja colocar uma prática esportiva na sua rotina, patinar é uma opção. A educadora física e personal trainer Marina Furtado Leichtweis, da Academia Spazio, lembra que a patinação é uma atividade aeróbica de baixo impacto e, assim como a corrida, dá mais força para os músculos dos membros inferiores.
Quando se patina, além de desenvolver o equilíbrio, o praticante exercita bastante a musculatura inferior do corpo: abdômen, região lombar, glúteos, coxas e panturrilha.
Quanto a lesões articulares e musculares, elas são evitadas com a prática da patinação devido a esse exercício fortalecer ligamentos e músculos. “Lembrando sempre de patinar com a técnica correta para evitar lesões, para isso procure um professor para orientação”, comenta a educadora física.
Para prevenir lesões com quedas, a professora indica a utilização de equipamentos de proteção (segurança). Os necessários são capacete, joelheira, cotoveleira e protetor de punho.
Modalidades
Para a prática amadora, duas modalidades de patinação se destacam e podem ser feitas em quadras lisas e ciclovias:
Freestyle/Urban - O chamado estilo livre possibilita andar de costas, em velocidade, saltar e girar.
Fitness - É a prática de patinação mais light, usada como forma de recreação, onde se pode passear por ruas, ciclovias e parques
Slalom - A técnica consiste em realizar manobras em torno de uma fileira de cones com distâncias que variam entre 1,2m, 0,8m e 0,5m
Street - A modalidade mais perigosa. Consiste em realizar saltos extremos, giros, deslizar sobre corrimãos, bancos, paredes, canos, ultrapassar qualquer obstáculo que encontrar pelo caminho
Speed - Modalidade presente em jogos olímpicos, consiste em deslizar sobre uma pista oval fazendo o menor tempo possível
Downhill - Sua prática é feita em ruas com ladeiras, estradas e serras, consiste em descê-las em alta velocidade
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